O dia que eu saí do armário
Em uma manhã nublada de Outubro, eu chamei um carro pelo aplicativo do celular e fui até o oftalmologista. Era uma clínica nova, localizada em um grande edifício próximo ao centro da cidade, e na qual eu jamais fora anteriormente. O motorista então me deixou próximo a uma imponente porta de vidro que julguei ser a entrada principal do prédio. Entrei no saguão e, como de costume, parei por alguns segundos para tentar entender onde eu estava (fiz o reconhecimento do local). Consegui enxergar um senhor sentado atrás de um balcão e logo deduzi que se tratava ou da recepção ou de um centro de informações. Fui até ele e perguntei onde ficava o elevador. Ele apontou a direção com o dedo e disse: “Logo aqui atrás!”. Como a grande maioria das pessoas por aqui se deslocam com o seus próprios carros, o térreo (entrada de pedestres) estava vazio. Apesar disso, o prédio era muito grande (só pra termos uma ideia, o consultór...