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Mostrando postagens de janeiro, 2021

O som da metamorfose

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  Há algumas semanas, assistimos ao filme O som do silêncio ( Sound of metal ). O longa-metragem conta, de uma forma muito particular e impressionante, a história de Ruben Stone, um baterista de uma banda de heavy metal que subitamente perde a audição. O personagem então passa por vários estágios durante e após a sua desagradável descoberta. O filme mostra várias cenas em primeira pessoa, o que faz a audiência sentir na pele as sensações angustiantes e extremamente desafiadoras de um deficiente auditivo. De certa forma, a principal mensagem que o filme transmite é algo que já conversamos por aqui , ou seja, que a deficiência não é algo a ser “consertado”. Independentemente de este assunto me ser muito relevante, eu acredito que este tenha sido um dos melhores filmes que assisti nos últimos tempos, por isso, recomendo demais. Aliás, aproveito para deixar aqui o agradecimento aos amigos Hermano e Maurien pela indicação. Entretanto, como este não é um blog de críticas cinematográficas,

Dicas para interagir com um deficiente visual

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Caso você acompanhe este blog com alguma regularidade, sabe muito bem que os textos aqui publicados são bem anedóticos e, de certa forma, lúdicos. Ou seja, listas não são muito do meu feitio. Porém, eu acho bastante pertinente compartilhar esse tipo de informação, a qual eu creio que também é um espelho da minha realidade e traduz um pouco da minha perspectiva de mundo. Eu vou tentar criar conexões entre as dicas que vou passar abaixo e os textos que já estão por aqui, o que também colabora caso você queira ter exemplos e reflexões mais aprofundados sobre o que estamos conversando aqui hoje.   Antes de começarmos, vale relembrar a você que me lê agora que, com exceção do Shiryu, que furou os próprios olhos para derrotar a Medusa, nenhum deficiente visual optou pela sua condição e, infelizmente, o mundo à nossa volta não é bem adaptado para a nossa realidade. Ou seja, nós fazemos muitas concessões e estamos constantemente nos reinventando para o mundo que nos rodeia. Por isso, o objet

A meritocracia dos homônimos

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Eu sempre gostei muito, desde criança, de praticar futebol, mas devo confessar que, caso você jamais tenha me visto em ação, eu sempre fui bem mediano. Dos meus 8 aos 18 anos, mais ou menos, eu disputei vários campeonatos escolares, ligas municipais e até algumas regionais. Nunca brilhei, mas sempre me diverti bastante e, até um certo ponto, jogava em um nível competitivo. No meu time existiam todos os tipos de jogadores: havia os habilidosos, como o  João Paulo (Nico) , os velozes, como o Weslinho (meu primo), os sérios e engajados, como o Baiano (deus da raça), os aplicados, como o Gui, e os constantes e decisivos, como o Thiago Bodão.  No entanto, de todos eles, o Nilmar sempre foi o jogador mais completo, pois combinava todas as características acima no seu estilo determinado e elegante dentro das quatro linhas. Lembro-me o quão seguro era tê-lo no meu time, já que ele tomava conta da partida e sempre as decidia. Porém, também me recordo o quão aterrorizante era enfrentá-lo duran

A intrusa

Ela chegou ao amanhecer Sem que ao menos fosse convidada A mesa não estava preparada E nada havia para se comer Ela nem sequer pediu licença E por mim a todo tempo buscava Enquanto lá fora o sol raiava Aqui dentro a dor era intensa Clamei a todos: homens, céus e mar Não queria mais melancolia Fiz de tudo para lhe expulsar Mas, teimosa que era, insistia E seguiu-me para todo lugar Trazendo nuvens sombrias ao meio dia Não pude encarar seus efeitos Nem lidar com o desconforto Preferiria eu estar morto? Não! Nesta vida tudo dá-se um jeito Logo tive que me acostumar Com a vida, a tristeza, a dor Pois eu sei que para onde eu for Ela irá me acompanhar Agora sobrou o meu cantinho Aqui já quase entardeceu  Então basta seguir meu caminho E chorar pelo que se perdeu Sei que nunca estarei sozinho Pois desde a aurora, ela sou eu     Weber Amaral Clique  aqui  para seguir o roteiro de leitura dos textos do Dislexia Visual sugerido p